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[recomendação das almas/ recomend’as almas/ imitação das almas]
Ritual muito antigo, provavelmente surgido na Europa por volta do século X, mistura ritos cristãos e pagãos. Perdura até os dias de hoje, principalmente nas comunidades rurais ou em pequenas cidadezinhas, onde o movimento noturno é pouco intenso.
O objetivo da encomendação das almas é apagar o “fogo da purificação”, ou seja, fazer descansar as almas que não estão no céu nem no inferno, que ainda cumprem uma pena de purificação num lugar intermediário, o purgatório.
A encomendação é uma prática repleta de segredos, envolta em mistérios e misticismos. Sempre feita durante a quaresma, principalmente na semana santa, no silêncio da noite, enquanto as pessoas estão recolhidas em suas casas.
Os que participam do ritual se reúnem na casa de uma liderança e, por volta da meia-noite, seguem em caminhada por algumas casas da cidade ou da roça. Em silêncio, homens e mulheres vão caminhando, envoltos em lençóis brancos, com velas nas mãos. É regra não olhar pra trás, pois acredita-se que com eles segue uma procissão de almas acompanhando o cortejo.
Quando chegam à porta de uma casa, tocam seus instrumentos (o réu-réu, a matraca e o zum-zum) para acordar quem está lá dentro. Os moradores acordam e rezam dentro de casa, enquanto os outros rezam do lado de fora. Não se deve abrir a janela para ver o cortejo e ninguém sai para acompanhar. Desta maneira, a procissão segue madrugada a fora, sempre neste mesmo ritmo “sinistro”, rezando para as almas que ainda estão entre nós.
PARA SABER MAIS:
A Charola de Nosso Senhor dos Passos é um antigo ritual católico trazido para o Brasil pelos portugueses. A charola, ou casinha, é carregada em procissão durante a quaresma por um grupo de fiéis, que andam nas ruas e nas casas, cantando, rezando e recolhendo esmola para Nosso Senhor dos Passos. A casinha é coberta por um pano roxo, símbolo da quaresma, e carrega a imagem do referido santo, que simboliza a caminhada de Jesus até o calvário, onde foi crucificado.
Os charoleiros caminham pelas ruas de noite ou durante o dia, sendo recebido nas casas a hora que for. Ao fim da peregrinação, toda esmola recebida é doada para a igreja.
A oração, sempre cantada, na maioria das vezes é improvisada, não tendo o acompanhamento de nenhum instrumento. A cantoria constante não serve apenas para a oração, mas também para narrar todos os acontecimentos, como, por exemplo, agradecer alguém que deu uma esmola, agradecer/saudar o dono da casa e anunciar a saída ou a chegada. Nada passa despercebido, ninguém fica de fora, o canto comunica e comanda, desde a entrada até a despedida.
Quando chega a quinta-feira santa, último dia de quaresma, a charola é levada até a igreja, onde são entregues as espórtulas recolhidas.
O vídeo a seguir acompanha a peregrinação da Charola de Nosso Senhor dos Passos de Cajuri – MG, mostrando como são feitas as visitas às casas e como as demais se preparam para receber a charola.
Para saber mais:
Já faz uns dois anos, Soró, um garoto moreno de uns 14 anos, alto para sua idade e de cabelos encaracolados, dançarino de funk e jogador de capoeira, acompanhado de seu pai Joaquim e seu amigo Tadeu, foi passar o final de semana na casa de sua avó Amélia. Era um sábado de aleluia de muito sol e calor, como é comum em Cataguases. À tardinha resolveram caminhar até a beira do rio Pomba para pescar, foi quando ouviram um barulho no meio do mato. Ele contou assim:
_“Pensamos que não era nada, mas quando estava bem de noite e todos nós estávamos querendo ir embora..., foi quando do nada ouvimos o barulho pela segunda vez. Ficamos pensando que não era nada novamente, então tivemos uma idéia, não tão inteligente, de ir olhar o que era. Quando vimos tomamos um susto daqueles de cair para trás, era um bicho peludo, azul, forte, baixo e com garras enormes. Na hora não sabíamos o que era, mas sabíamos que já era hora de irmos embora. Meu pai queria porque queria saber o que era e também nos bateu a curiosidade. Perguntamos para pescadores mais experientes e mais velhos e ninguém sabia responder.”
Soró, seu pai e seu amigo, ainda meio pálidos pelo susto, voltaram para a casa da vó Amélia encucados com o mistério e pertubados pela dúvida:
_“Até que chegamos na casa da minha avó, já de madrugada. No dia seguinte, do nada surgiu esse assunto. Vó Amélia, muito sabida falou o que era. Disse que era uma coisa rara de se ver andando pelo mato no escuro à toa. Um mistério! Até que ela falou que era o tal de Caboclo d’água. Na hora nós não acreditamos mas depois olhamos para a cara dela, aquela cara de pessoa que sabia do que estava falando e que dizia a verdade.”
Daquela experiência Soró tirou suas conclusões:
_“Todos nós sabemos que mula sem cabeça, saci, curupira e até o tal de caboclo d’água, quando falamos neles sabemos que todos eles são folclore, mas é difícil de acreditar, mas na verdade existem. Nós então podemos acreditar que em algum canto por essas matas em que andamos pode ter um desses bichos soltos por aí. Então nós não podemos duvidar de nada do que há pelo planeta Terra. Então é isso espero que leiam e acreditem que é verdade.”
O dia começa a clarear na manhã de quarta-feira. Acabou a festa, a folia, acabou a terça-feira, o carnaval. Dia de cinzas, dia de chuva para lavar as ruas e ladeiras do que restou das brincadeiras, comilanças e bebedeiras.
Chegou a quarta-feira de cinzas, com chuva, reza de Charola e benção do padre na igreja. Agora é tempo de recolhimento, silêncio, sacrifício.
Tempo de quaresma. Tempo de muita reza para espantar os fantasmas, lobisomem, mula-sem-cabeça, bode preto na encruza.
Tempo de rezar pras almas dos desvalidos que andam ainda perdidas neste e em outro mundo.
Almas penadas, assombração, espíritos dos mortos que ainda vagam pela terra, seres horripilantes, bizarrias, malassombros e sei lá mais quantas coisas andam por aí.
Se existem ou não, se são fruto da imaginação, histórias dos antigos ou experiências mediúnicas. É uma questão de religião e de opinião.
É certo que valem para pensar sobre nossa aventura pela vida.
E você leitor? Conte também sua história...
E você leitor? Conte também sua história...
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entre a luz e o solo
o que há?
Talvez a morte não seja a última aventura
Mistério
É segredo
Segredo das almas
Encomendasalma
Imitasalma
Encomendação das almas
pela fresta da janela
o olho do curioso
desconfia duvidoso...