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Vitalino da Arte, Vitalino Duarte

Luciano Baía Meneghite





 O quê faz de uma pessoa um grande artista? É a capacidade de interpretar perfeitamente como ator? É  a beleza de uma voz potente e afinada ou a  inspiração para compor grandes canções? A habilidade para se tocar um instrumento ou desenhar, pintar e esculpir?  Tudo isso caracteriza um grande artista; mas pode uma pessoa sem qualquer dessas qualidades ser um grande artista? Não digo dessas celebridades descartáveis fabricadas pela mídia, mas artista mesmo. Vitalino Duarte era. Talvez alguém ache mais apropriado chamá-lo de animador cultural, mas certamente ele preferiria ser chamado de artista. O menino nascido na Fazenda Copacabana em 15 de agosto de 1932, filho de Vitalino Izá Duarte e Maria Amélia Duarte, que só estudou até a segunda série primária, se não tinha certos dotes artísticos, tinha espírito livre de artista. O serviço na roça não o prendeu como nada o prendia, a não ser o gosto pela arte popular e pelas tradições.  Vindo para a cidade fez bicos diversos para sobreviver, sem nunca se afastar das festas folclóricas e religiosas. E assim nasceu o palhaço ou Papai Noel sempre com um megafone em punho a anunciar pelas ruas da cidade suas festas ou promoções do comércio.  No carnaval se tornou mestre marcando presença por cinco décadas seja com sua boneca baiana ou com a simples, mas marcante “Escola de samba Acadêmicos de Leopoldina”. No rádio era presença constante, seja cantando, apresentando ou apenas como convidado. Se não falava, lia ou interpretava bem, tinha carisma e teimosia suficientes e isso o fez peça fundamental na preservação e propagação das tradições culturais de Leopoldina e região.  Com defeitos e qualidades de qualquer ser humano e muitas limitações, principalmente financeiras, influenciou gerações. Se nunca se casou, nem teve filhos biológicos, deixou muitos filhos de sua arte. Vitalino da Arte, Vitalino Duarte. Trocadilho óbvio, mas inevitável.




Para ver mais fotos: http://www.flickr.com/photos/fotosnacumbuca2/sets/72157631682800268/with/8050458336/

     Curva pra lá, curva pra cá, sobe morro, desce montanha, encurva de novo... Lá vai nóis, em Curto Circuito, atrás de mais um Arraiá pelas Serras de Minas.
     
     Canaã foi a primeira parada. Era festa de santo casamenteiro, o padroeiro do lugar, Santo Antônio. Vinho quente, canjica e canjiquinha, velório do boi e Farinhada, aquela do Sebastião.

     Depois foi Acaiaca, dia de São João, tão falada pelo meu amigo Mário, lá de Araponga. Quantas vezes indo para Mariana e Ouro Preto a gente avistava a plaquinha na estrada e ficava com vontade de entrar, ao menos mode tomá um café e avistar a estação de trem. Lá comi escondidinho, fígado com giló e tomei quentão. Dormimos na casa de dona Nilza (Pouso das Gerais), um baita casarão antigo. Lugarzinho bão sô! e dá-lhe Farinhada na oreia!

     Foi assim, e ainda tá sendo porque a próxima parada será Viçosa. Aí já é na Universidade, na Semana do Fazendeiro, coisa chic demais.

     Cêis querem ver um pedacim da festa? Então espia os vídeos aí embaixo. Tem quadrilha de Canaã, Araponga, São Miguel do Anta, Rio Doce, Dom Silvério, Viçosa e Acaiaca.

     Quem arrumou essa bagunça? Foi o pessoal do Circuito Turístico Serra de Minas (um abraço Renato!). Eles que inventaram esse tal de II Arraiá em Curto Circuito. Dia 11 foi em Canaã, dia 24 em Acaiaca e dia 9 será em Viçosa. Um festival de quadrilha que tá uma coisa de doido. Ainda dá tempo de aprontar e pegar um mocadim da festa. Se ainda não foi, vai lá em Viçosa sô, ver as quadrilhas e dançar no show do Tião Farinhada.













Final de semana feliz em Recreio. Depois de mais de 70 anos que não se ouvia bater os tambores do Caxambu nessa cidade, de grande população de descendentes de escravos, voltou a entoar o canto da liberdade no 13 de maio de 2011.


Seo Manoel Moleque, que ouvia caxambu quando criança, ainda lembra de pontos antigos cantados pelos avós lá em Conceição da Boa Vista.


Na festa do dia 13 de maio de 2011 engrossaram o coro o Caxambu de Miracema com Dona Aparecida Ratinho e seo neto Rogério, que trabalhou com muita garra para fazer esse evento acontecer. O Boi Pintadinho do grupo Cara da Rua, também de Miracema, o Caxambu de Santo Antônio de Pádua com o mestre Nico, a Capoeira de Aperibé e os jovens pagodeiros de Miracema.


"Segundo o depoimento de sr. José Andrade, dona Taizinha (i.m.), dona Edir Rodrigo, dona Neuza Germello e dona Maria Alves 'Mariquinha', as danças de Caxambu eram comuns durante outras datas, até mesmo na zona rural e nos distritos, mas era no dia 13 de maio que acontecia a roda de Caxambu com maior número de pessoas." (fonte: Jornal Pólis)


Seo Milton, hoje com 75 anos, disse que sempre acompanhava sua avó nas rodas em Conceição da Boa Vista (distrito de Recreio). A última roda que presenciou foi quando tinha por volta de 6 ou 7 anos.
Foram muitos anos de ausência, mas agora o Caxambu de Recreio está de volta e com muita força. Graças à Cicinha, grande batalhadora, que há anos vem acreditando nesse resgate.


E viva a liberdade!




E o Caxambu de Carangola, liderado por Maria Nossa, fechou a festa e deixou saudade!

 
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